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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Deadpool!

Finalmente um dos filmes de super-herói mais aguardado foi lançado, mas espere um pouco, este não é um filme de super-herói. Deadpool é esperado desde o teaser vazado que tornou-se viral e já estreou quebrando algumas marcas históricas, dentre elas a de filme mais lucrativo nas mãos de um diretor de primeira viagem, superando os 260 milhões de dólares em bilheteria. Tim Miller tem muito a agradecer a Fox, ou seria a Fox que deveria agradecê-lo?

O filme já é uma pérola antes mesmo de ser assistido. Com uma equipe de marketing inspiradíssima, que soube o que fazer para atrair o público, o Mercenário Tagarela (Ryan Reynolds) já te conquista antes de sua estreia, é um filme que você vai assistir tendo a certeza de que irá gostar. Embora Ryan tenha tido papel de destaque na mídia por se esforçar bastante para o filme ocorrer, os roteiristas, Rhett Reese e Paul Wernick, são de fato os verdadeiros heróis da obra. Que roteiro de tirar o fôlego, e é de tanto rir! As piadas são excelentes e começam a todo vapor já nos créditos, Elas conversam com um público específico e é perceptível que isto tudo foi intencional e muito bem planejado. Em alguns momentos tive que parar para enxugar as lágrimas depois de algumas gargalhadas convulsionais.

Em diversos momentos as referências à cultura pop atuais, dos anos 90, de outros papéis mal sucedidos de Ryan Reynolds e até mesmo a outras produções fracassadas da Fox inseridas no contexto de quadrinhos são totalmente escrachadas e satirizadas. Em vários outros momentos o filme tira sarro de si mesmo e do próprio gênero. Deadpool sabe com qual público está falando e fala de uma maneira hilária e não tem medo de tocar, bem de leve, em algumas feridas. Se este filme não tem exatamente a essência do personagem, eu não consigo imaginar qual filme tem ou terá. Talvez apenas o filme O Máskara, de 1994, se iguale no quesito nonsense.

Há quem pense que este filme abriu novas portas ao já saturado gênero de super-herói no cinema ou mesmo que Deadpool criou um novo subgênero dentro desta parcela criativa cinematográfica. Não acredito nesta possibilidade, esta subcategoria de comédia teve seu pontapé inicial com Guardiões da Galáxia. Deadpool deu apenas um toque mais acentuado e ácido ao humor inaugurado no filme de 2014. Além do mais, esta pegada cômica da primeira obra só foi possível, porque os personagens eram pouco conhecidos, o que proporcionou uma vasta liberdade para criar. Já com Deadpool, não havia outra alternativa, o personagem exigia algo insanamente engraçado. Acho difícil o personagem abrir uma nova porta dentro do universo cinematográfico que adapta quadrinhos, até porque ele é um dos únicos que torna possível essa alternativa, ao menos com toda essa liberdade que presenciamos nos cinemas.

Deadpool vale cada centavo investido para ir ao cinema. O filme é incrível para quem conhece, para quem não conhece e mesmo para quem nem cogita a existência de um personagem tão maluco. Fui ao cinema com pessoas que nunca ouviram falar de Deadpool, nem ao menos sabiam seus poderes e com pessoas já mais familiarizadas com a excentricidade do mercenário mais irritante dos quadrinhos. Ambos adoraram. O filme merece nota 5,0 e nem um décimo a menos.