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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros!

Logo após Mad Max: Fury Road, Jurassic World, o Mundo dos Dinossauros, veio para gritar, ou rugir, ao público cinéfilo que as revisitas aos clássicos estão vindo com grande força. Com uma arrecadação de cerca de 1,6 bilhões de dólares no mundo, a obra deixou Os Vingadores, ultima grande bilheteria, para trás com uma leve, porém considerável, vantagem.

O enredo está longe de ser criativo. Novamente o parque é reaberto, mesmo com as grandes catástrofes anteriores, os irmãos Gray Mitchell (Ty Simpkins) e o pré adolescente Zach Mitchell (Nick Robinson), que é o personagem mais irritante do filme, são o fio condutor da história. Os dois se perdem e os dinossauros acabam se soltando e atacando os visitantes. Essas características resgatadas do filme de 1993 não seriam ruins se a obra procurasse acrescentar outras coisas ao roteiro. As únicas coisas novas são: a modificação genética, que possibilitou a criação de um dinossauro híbrido com característicasde várias espécies, uma ideia suicida, tendo em vista as experiências anteriores; o drama familiar dos pais dos garotos, que nem ao menos foi desenvolvido, totalmente descartável; a chefe de operações Claire Dearing (Bryce Dallas Howard), que não sabe de nada que acontece no próprio parque e, por fim, Owen Grady (Chris Pratt), uma espécie de Indiana Jones que tem uma relação curiosa em relação aos raptores militarizados.

Estes dois últimos elementos foram os mais interessantes. Jurassic World serviu de ponte para Chris Pratt alavancar sua carreira e se lançar ao estrelato. De fato sua atuação estava boa, engraçada e coerente, mas nada favorecida pelo resto da produção, nosso Star Lord não conseguiu segurar o filme sozinho. Já os raptores sendo usados como armas militares, apesar de pouco crível, não que isso importasse muito, afinal é um filme de dinossauros clonados com DNA de rãs, foram uma reformulação diferente e ganhou pontos pela inovação.

Embora a recepção do público tenha sido bastante positiva, o maior truque que fez a obra ganhar tanta notoriedade foi o hype e o boca boca. O primeiro erro, ao meu ver, foi tentar remexer na franquia de Jurassic Park. Mesmo com o segundo filme, O Mundo Perdido, de 1997, ter sido relativamente interessante, não havia necessidade de uma reformulação do universo de Jurassic Park. O contexto me faz pensar, sem muito esforço, que o filme não passou de um chamariz de público, proveniente do sucesso de Mad Max, lançado em maio do mesmo ano.

O filme não possui identidade própria, se firma totalmente nos feitos dos filmes anteriores e faz isso de maneira mediana, em alguns momentos replica cenas clássicas, uma apelação à memória afetiva de todos os fãs. Jurassic World faz uso da nostalgia, mas apenas dela e não preocupa-se em apresentar algo novo. Até mesmo a combinação de efeitos práticos e 3D do filme de Steven Spielberg mostrou-se infinitamente mais eficaz do que o CGI exagerado desta nova versão. Com uma nota 2,5 de 5,0, a obra não faz muita falta, servindo, no máximo, para uma ida ao cinema para ser vista apenas uma vez. Infelizmente, devido à exorbitante bilheteria, uma continuação já foi confirmada para junho de 2018. Pelo menos não tivemos uma repetição do fracasso artístico que foi o filme de 2001, que conseguiu ser pior que este.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Star Wars - O Despertar da Força!

Certamente daqui uns anos, quando a data de lançamento do episódio VII for lembrada em retrospectivas ou o que for, eu direi orgulhosamente que estive na pré-estreia. A energia e a empolgação de todos que dividiram a sessão de meia noite comigo e com os amigos que me acompanharam foi um extra no ingresso. Imagino que em várias outras sessões o mesmo aconteceu. Este filme realmente foi esperado e não só por quem viveu os outros episódios. Este filme é da geração atual e foi feito sob medida.

J.J. Abrams conseguiu balancear os anseios e gostos dos mais jovens que vieram sentir pela primeira vez como é ver Star Wars no cinema e dos mais velhos que esperavam rever todos os personagens que marcaram suas vidas. A escolha de elenco foi espetacular e o modo como os personagens foram apresentados uns aos outros e como suas relações desenvolveram-se foi sem igual.

O roteiro não chega a ser supercriativo, é basicamente uma recriação do Episódio IV, Uma Nova Esperança. Planos secretos da Aliança Rebelde são colocados em um droid que é enviado para achar determinado personagem, o decorrer do filme se desenrola, basicamente, na Primeira Ordem tentar resgatar tais planos. Nem mencionarei a base Starkiller que é destruída exatamente como uma certa Death Star. O Império realmente não aprendeu nada sobre construir armamentos de guerra colossais com pontos fracos absurdamente gigantes e desnecessários.

Entretanto, mesmo usando esta muleta, Star Wars VII respeita seu predecessor, se renova e entende o que o novo público fã de Star Wars compreende como heroico. O filme já começa a todo vapor com uma ótima relação entre Finn (John Boyega) e Poe Dameron (Oscar Isaac), o que deu brechas para ótimas teorias para o futuro dos dois personagens, posteriormente Rey (Daisy Ridley) começa sua jornada heroica com um passo importantíssimo: passar no teste de Bechdel. Temos Han Solo (Harrison Ford) e Leia Organa (Carrie Fisher) de volta e por fim um grande vilão em desenvolvimento, Kylo Ren (Adam Driver). Certamente vale destacar a maior surpresa, o droid BB-8, com um carisma incrível.

Percebi diversas críticas sobre a construção, enquanto detentora da Força, de Rey, em muitas falas vi a atribuição de Mary Sue para ela. Ao que aparenta, muitas pessoas a consideraram perfeita demais, apontaram que ela aprendeu a manipular a Força e a usar o sabre de luz em uma velocidade muito acima da média. Bom, de fato a curva de aprendizado dela foi bem acentuada, mas não creio que isso a enquadra em uma personagem Mary Sue. Por exemplo, nosso querido Luke Skywalker, no filme O Império Contra Ataca, virou um Jedi de proporções quase lendárias em poucos dias de treinamento em Dagobah com o auxílio de Mestre Yoda. Não vi muita reclamação a respeito.

Faz-se também uma comparação bastante injusta entre Kylo Ren e Darth Vader. Primeiramente, Vader nunca foi pretendido tornar-se um vilão icônico como fez, é perceptível que no primeiro filme da franquia o vilão é apenas um capanga e que não tinha a imponência que ganharia nos dois filmes posteriores, Kylo Ren nem chega a ser um vilão completo, ainda lhe falta treinamento, como é bem citado pelo Supremo Líder Snoke (Andy Serkis). Se compararmos ao período de treinamento de Luke, os dois jovens tem acessos de raiva e descontrole, Kylo Ren ainda mais, pois não é repreendido por abraçar o lado negro da Força. Seus chiliques são totalmente compreensíveis e importantes para a escalada do personagem. Mas o que mais chama a atenção no personagem é sua tentação a pender para o lado luminoso, o chamado pelo equilíbrio ocorrendo dos dois lados é um ótimo modo de se pensar fora da curva e de colocar um empecilho até então não muito desenvolvido.

Por fim, o filme não renova em roteiro, o que não é necessariamente um problema. É um reboot, que funciona como uma continuação também e o mais importante: o filme é extremamente divertido e empolgante, perfeito para se ver no cinema com a sessão lotada. Como dar menos que nota máxima a este filme? Atualmente temos mais quatro filmes sobre o universo de Star Wars a serem lançados, os episódios VIII e IX, Star Wars: Rogue One e um filme sobre o personagem Han Solo, com título ainda indefinido. Não teremos crise de abstinência de Star Wars por um longo tempo!